Redação Semus

Doze de maio é comemorado o Dia do Enfermeiro e, especialmente, este ano esses profissionais têm muitos motivos para se orgulhar do ofício que escolheram. Eles enfrentam o que talvez seja o maior desafio de suas vidas pessoais e profissionais, afinal, trata-se de uma crise de saúde pública sem precedentes. Enfermeiros e enfermeiras estão na linha de frente ao combate do coronavírus (Covid-19) , colocando as suas vidas e de seus familiares em risco para salvar as vidas de tantas outras pessoas.

 

O enfermeiro Eduardo Silva Moura, 28 anos, é plantonista na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul, em Palmas. Ele conta que há seis anos atua na enfermagem. A vocação para a área da Saúde veio desde criança, quando sabia que ajudaria outras pessoas. “Sou feliz e realizado com minha área, mas confesso que é um desafio diário lidar com seres humanos que estão entre a vida e a morte. E um dos momentos mais críticos que estou passando, enquanto enfermeiro, é neste últimos meses. A gente fica limitado dentro desse cenário e temos medo também por conta dos nossos familiares”.

 

Eduardo relata que após os primeiros casos da Covid-19, tudo ficou mais tenso, até mesmo porque os enfermeiros têm contato direto com os pacientes. “O meu maior pânico é voltar para casa após um plantão e contaminar minha esposa que está grávida do nosso primeiro filho. E ao mesmo tempo é angustiante receber várias pessoas com suspeita e ver que o número de casos vem aumentando cada dia mais. Mas confesso que sou feliz por ser enfermeiro. É uma profissão muito bonita porque a gente cuida do outro, desde o nascimento até a morte”, finaliza.

 

Atrás das máscaras desses profissionais, várias histórias se misturam em meio à dedicação e desafio em ajudar e salvar vidas. A enfermeira Jactainy Gonçalves, 31 anos, é natural de Arapoema, norte do Tocantins, e veio para a Capital para trabalhar. Sozinha e longe da família e amigos, devido ao isolamento social, ela relata que nem sempre é fácil lidar com a solidão. “Desde quando começou a pandemia, não vou em casa ver meus pais e avós, porque fico com medo de passar alguma coisa para eles. E confesso que estou me sentindo bastante sozinha. Fico praticamente do trabalho para casa e meus únicos contatos são com os pacientes, os colegas de trabalho e tudo com bastante  distanciamento”.

 

“Dói muito ver a situação de muita gente, por outro lado me sinto realizada. Diariamente fico emocionada com minha profissão, pois por mais que nos sentimos impotentes, é prazeroso saber que por meio de uma escuta silenciosa, podemos mudar a vida de muita gente. Então mesmo com a dor de estar longe da família e a solidão de não poder ver as pessoas, no final percebemos que vale a pena. Por isso, a sensação é de dever cumprido”.

 

O secretário municipal de Saúde, Daniel Borini, destaca que esses servidores, acima de tudo, têm a responsabilidade de educar a população e orientá-la sobre um estilo de vida saudável, seja individualmente ou em comunidade. Eles têm sido grandes guerreiros nos últimos dias porque estão atuando na linha de frente de um dos maiores desafios do século, que é o novo coronavírus (Covid-19).

 

“Não podemos deixar de homenagear esses profissionais neste dia tão importante. O Dia do Enfermeiro é mais do que uma data comemorativa comum, afinal não se trata de uma simples profissão. O ato de cuidar de outra pessoa vai além do cumprimento do dever e representa também dedicação, responsabilidade, competência, respeito, carinho e uma grande dose de humanidade. Nós, profissionais  da Saúde, temos a vida de outras pessoas em nossas mãos e, por isso, praticamos o dom da paciência e do amor”, observa o secretário.

 

Segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o Brasil já chegou, até esta segunda-feira, 11, a 11.123 mortes pela Covid-19. Foram 496 óbitos confirmados nas últimas 24 horas no País. Em Palmas já são 2.545 casos notificados, 962 descartados e 161 confirmados. Duas pessoas morreram na Capital em decorrência do novo coronavírus.