Quadrilhas juninas precisam ensaiar em locais com pouca iluminação — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Integrantes de quadrilhas juninas que se preparam para o Arraiá da Capital estão reclamando da falta de locais adequados para a realização dos ensaios, em Palmas. A saída tem sido buscar espaços abertos para garantir a preparação dos grupos para as apresentações. O evento está marcado para os dias 19 e 24 de junho na área ao lado do estádio Nilton Santos.

Algumas juninas se preparam em escolas. A Cafundó do Brejo aproveita o estacionamento do ginásio Airton Senna para fazer as últimas preparações. “A gente fica refém de tudo. É carro chegando toda hora. Tem a questão de assaltos. Ensaiamos no sereno, a gente que canta e dança acaba ficando rouco, acaba adoecendo. Aqui não é o lugar ideal para praticarmos essa atividade cultural”, reclama o produtor cultural Cláudio Maranhão.

No último sábado (27), houve um tiroteio próximo ao ginásio, que assustou e pôs em risco a vida dos quadrilheiros. “Estávamos ensaiando como de costume e vimos um movimento estranho, um pessoal correndo, as mães tentando pegar as crianças, foi uma coisa bem tensa. No começo achávamos que era um arrastão, uma briga, mas depois era um tiroteio, foi bem tenso”, contou o quadrilheiro Bruno Lopes.

O local também não oferece nenhuma infraestrutura. “Às vezes a gente deixa nossas bolsas, nossos pertences no canto e a gente está entretido dançando, a gente acaba que não vê pessoas estranhas, é mais fácil de as pessoas pegarem alguma coisa e a gente não perceber”, disse a funcionária pública Luri Maiara Pereira.

Outros dois grupos usam o mesmo estacionamento para ensaiar, mas nem sempre conseguem. “A gente não tem contato. Então quem chega primeiro geralmente é o dono do local, mas como é um espaço público, a gente acaba tendo um pouquinho de respeito, chega um ensaia, chega o outro, ensaia”, contou o quadrilheiro Vandanclô dos Santos.

Em nota, a Prefeitura de Palmas informou que a utilização das escolas para as atividades externas também gera custos, como consumo de energia, água e limpeza. Disse que em diversas vezes, ao disponibilizar espaços, foram relatados danos materiais que tiveram que ser reparados com recursos da própria escola. Desta forma, as unidades educacionais estão autorizadas a cobrarem um valor para cobrir esses reparos e os recursos são para realizar a manutenção do espaço.

Já a Secretaria Estadual da Educação, Juventude e Esportes informou que até o momento não recebeu nenhuma demanda referente a reserva de locais para ensaios das quadrilhas juninas e que os ensaios são realizados no período noturno em escolas que não possuem aula nesse horário, o que acaba acarretando em aumento no consumo de energia elétrica e água. Disseram ainda que as escolas estaduais possuem autonomia para decidirem se recebem atividades extras ou não e que estão abertas para o diálogo com os representantes das quadrilhas.

g1